Lula defende autorização do Ibama para perfuração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas

Lula defende autorização do Ibama para perfuração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas

BAHIA

Por Notícias da Bahia – Foto Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira (12), que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deve autorizar a Petrobras a perfurar poços na Bacia da Foz do Amazonas (FZA-M-59), localizada na Margem Equatorial, no litoral do Amapá. A região é considerada uma das mais promissoras para a descoberta de novas reservas de petróleo, mas a exploração enfrenta resistência de ambientalistas devido aos possíveis impactos ambientais.

“Não é que vou mandar explorar, eu quero que ele seja explorado. Agora, antes de explorar, temos que pesquisar, temos que ver se tem petróleo, a quantidade de petróleo, porque muitas vezes você cava um buraco de 2 mil metros de profundidade e não encontra o que imaginava”, disse em entrevista à Rádio Diário FM, de Macapá (AP).

“Talvez na semana que vem ou nesta semana haja uma reunião com a Casa Civil, com o Ibama e precisamos autorizar que a Petrobras faça a pesquisa. É isso que nós queremos. Se depois a gente vai explorar, é outra discussão. O que não dá é pra ficar nesse lenga-lenga, o Ibama é um órgão do governo parecendo que é um órgão contra o governo”, acrescentou o presidente.

Contexto da polêmica

A Margem Equatorial abrange cinco bacias em alto-mar, incluindo a Bacia da Foz do Amazonas. Em maio de 2023, o Ibama negou a licença para prospecção marítima na região, citando “inconsistências técnicas” no projeto apresentado pela Petrobras, como deficiências no Plano de Proteção à Fauna. A decisão gerou debates públicos sobre o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.

Posicionamento de Lula

O presidente destacou a experiência da Petrobras na exploração de petróleo em águas profundas e defendeu a capacidade da empresa em realizar operações seguras. “A Petrobras é uma empresa responsável, com a maior experiência de exploração de petróleo em águas profundas”, afirmou.

“Nós vamos cumprir todos os ritos necessários para que não cause nenhum estrago na natureza, mas a gente não pode saber que tem uma riqueza embaixo de nós e não vai explorar, até porque dessa riqueza é que vamos ter dinheiro para construir a famosa e sonhada transição energética”, completou.

Plano Estratégico da Petrobras

O Plano Estratégico da Petrobras para o período 2024-2028 prevê investimentos de US$ 3,1 bilhões e a perfuração de 16 poços ao longo da Margem Equatorial, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte. No entanto, até o momento, a empresa só obteve autorização do Ibama para perfurar dois poços na Bacia Potiguar, no litoral do Rio Grande do Norte.

Atualmente, das 11 concessões na região, cinco operam com pequena produção, e seis estão em processo de devolução, o que ocorre quando não há descobertas significativas de petróleo.

Debate entre desenvolvimento e meio ambiente

A exploração da Bacia da Foz do Amazonas divide opiniões. Enquanto o governo e a Petrobras defendem o potencial econômico da região, ambientalistas alertam para os riscos de danos irreversíveis ao ecossistema local, que abriga uma biodiversidade única e sensível.

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