Ilhéus: Oposição critica projeto da Prefeitura que prevê subsídio milionário para empresa de ônibus

Ilhéus: Oposição critica projeto da Prefeitura que prevê subsídio milionário para empresa de ônibus

BAHIA

Um projeto de lei de autoria do Executivo Municipal de Ilhéus (sul da Bahia) gerou reação da oposição na Câmara de Vereadores nesta quarta-feira (14). A proposta prevê o repasse de até R$ 26 milhões por ano em subsídios às empresas de transporte público da cidade, sob a justificativa de reequilíbrio econômico-financeiro do setor.

O vereador Maurício Galvão (PSB) foi um dos parlamentares que se manifestou contra a matéria, levantando uma série de questionamentos sobre a falta de transparência nos critérios adotados pelo governo municipal.

“O projeto não apresenta nenhuma planilha de custos, não explica o suposto déficit das empresas e não informa qual é o número de passageiros por quilômetro rodado. Não se sabe nem qual o Índice de Passageiro por Quilômetro. Como vamos aprovar um subsídio sem esses dados?”, criticou Galvão.

Falta de contrapartida

Outro ponto levantado pelo socialista é que o projeto autoriza a prefeitura a aumentar o valor do subsídio, sem necessidade de nova aprovação pela Câmara, caso as empresas aleguem necessidade financeira.

“Isso retira da Casa o papel de fiscalização. É um cheque em branco para o Executivo. Além disso, o texto fala em manutenção da tarifa e até em eventual redução, mas não há qualquer estudo ou garantia nesse sentido. Estamos dando um subsídio sem saber qual será a contrapartida para a população”, afirmou o vereador.

Galvão também destacou que o transporte público na cidade é precário, com ônibus sucateados e serviço deficitário. “É um sistema que não funciona. E agora o prefeito quer tirar recursos de áreas vulneráveis, como os altos e morros da cidade, para subsidiar um serviço ineficiente. Cerca de R$ 13,4 milhões sairiam dessas comunidades”, denunciou.

Empresa única e relação com o Executivo

A cidade atualmente conta com apenas uma empresa operando o transporte coletivo, a Viametro, pertencente ao grupo Carletto, que, segundo o vereador, tem “relações íntimas com o Executivo Municipal”. O contrato com a antiga empresa, a São Miguel, não foi renovado.

“A população já sofre com a má qualidade do transporte. E agora o prefeito permite, de forma irregular, que o transporte escolar da zona rural seja usado para levar moradores, o que fere a legislação. Vamos denunciar isso ao Ministério Público”, disse Galvão.

Ação da oposição

A oposição, conforme Maurício Galvão, pretende apresentar requerimentos, pedir vistas do projeto e propor emendas que garantam maior controle e transparência na concessão dos subsídios.

“Vamos exigir que a prefeitura apresente planilhas detalhadas de despesas e receitas das empresas, e que o subsídio, caso aprovado, seja condicionado a melhorias concretas no serviço e benefícios claros para os usuários”, finalizou o vereador.

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