Elen Coutinho, dirigente do PT da Bahia, disse nesta quinta-feira (22), num almoço realizado com integrantes da sigla, que o Partido dos Trabalhadores precisa “refletir mais profundamente sobre a questão da segurança pública e formular um programa nacional” para o tema.
No almoço também foi selado a retirada da sua candidatura a presidência do PT da Bahia para apoiar a candidatura de Jonas Paulo nas eleições que vão ocorrer no mês de junho.
“Eu acredito que o Partido dos Trabalhadores terá a tarefa no próximo período de refletir mais profundamente sobre a questão da segurança pública e formular um programa, um programa nacional para essa questão. Porque a questão da segurança pública, a questão da violência exacerbada não é um problema só da Bahia. Nós temos esse problema estabelecido no território nacional, outros estados passam pelos mesmos índices que nós, pela mesma violência que nós, com partidos diferentes governando esses outros estados” declarou Elen.
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“Então esse é um problema coletivo da sociedade e a gente não pode ter medo de falar que nós precisamos de fato melhorar a questão da segurança pública, que nós precisamos melhorar os índices das nossas polícias e que nós precisamos também conseguir construir uma cultura de paz, combater, reprimir o crime organizado com inteligência, fazer um trabalho de repressão e preservação também da vida para que a gente consiga enfrentar esse tema aí da segurança pública”, comentou.
Segundo dados da SEI, órgão do governo da Bahia, de 2017 a 2024, a Bahia registrou 790 feminicídios. Isso significa dizer, que uma mulher foi vítima letal de violência de gênero a cada três dias. Apenas em 2024, a Bahia registrou 111 feminicídios.
“No tema da segurança pública, ainda sobre essa questão do feminicídio, nós vivemos uma epidemia no país e ter mulheres em posições de poder, refletindo sobre isso e tratando disso. É importante para que a gente reposicione na sociedade essa questão do machismo e da misoginia. O feminicídio não nasce de qualquer lugar, não é violência por violência, é uma violência que nasce da misoginia, do fato de que os homens acham que são donos das mulheres, do fato de que os homens acham que nós estamos em posição inferior à deles”, disse Elen que defendeu mais mulheres em posições de poder na política.
“Ter também nos ambientes públicos mulheres que ocupam espaços e que impulsionam políticas públicas de prevenção à violência, de promoção de uma cultura pró-feminista, de uma cultura que cuide da vida das mulheres, é também muito importante. Então, eu acho que mudar isso, mudar a configuração, a presença feminina na condução dos nossos partidos políticos é fundamental […] Então, esse é um movimento que, para mim, é assim, um movimento que aponta para o debate da segurança pública e para o debate também de uma sociedade sem machismo”, conclui a petitas.