Bolsonaro participa de ato por anistia e faz discurso em inglês para contestar condenações do STF

Bolsonaro participa de ato por anistia e faz discurso em inglês para contestar condenações do STF

BAHIA

O ex-presidente Jair Bolsonaro participou neste domingo (6) de um ato na Avenida Paulista que pedia anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023. O encontro reuniu apoiadores que defendem o perdão judicial dos condenados pelos atos que resultaram na invasão de sedes dos Três Poderes em Brasília no início do ano passado.

Durante o evento, Bolsonaro fez um discurso incomum em inglês, apesar de admitir não dominar o idioma. “É inacreditável o que acontece. Eu não falo inglês, uma grande falha da minha formação, mas quero dar um recado aqui para o mundo”, disse antes de se dirigir à plateia na língua estrangeira. O ex-presidente citou especificamente os casos de dois condenados: Otoniel da Cruz, vendedor de picolé de 45 anos, e Carlos Eifler, vendedor de pipocas gourmet de 54 anos.

“Popcorn and ice cream vendors are convicted of attempting a coup in Brazil. This is shameful. These two should not be punished for a crime that never happened”, afirmou Bolsonaro, traduzindo em seguida para o português: “Vendedores de pipoca e sorvete são condenados por tentativa de golpe no Brasil. Isso é vergonhoso. Esses dois não deveriam ser punidos por um crime que nunca aconteceu”.

Os atos de 8 de janeiro levaram à invasão e depredação do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e STF. Até o momento, mais de 1.400 pessoas foram indiciadas, com dezenas já condenadas por crimes como tentativa de golpe de Estado e danos ao patrimônio público. Bolsonaro e seus aliados argumentam que os manifestantes foram enganados e que as penas aplicadas são desproporcionais.

O discurso em inglês gerou reações diversas. Enquanto apoiadores viram uma tentativa de levar a questão para o cenário internacional, críticos consideraram a atitude uma manobra populista para minimizar a gravidade dos ataques às instituições democráticas. O evento reforça a estratégia política de Bolsonaro de manter pressão sobre o Judiciário enquanto busca se reposicionar no cenário político nacional.

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