O presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), falou na tarde desta quarta-feira (4) sobre a greve dos professores municipais, que completa 30 dias e deixou um total de 138 escolas da capital sem aulas.
Questionado pelo Notícias da Bahia sobre quais atitudes a Câmara pretende tomar para que os professores retornem à sala de aula, Muniz afirmou que a solução passa pela retomada do diálogo entre a categoria e a gestão municipal.
“Na realidade, a gente não precisa forçar, o que a gente precisa é de uma mesa de negociação. Eu, conversando com o prefeito, o prefeito já me disse: ‘Se os professores voltarem ao trabalho, se os servidores voltarem ao trabalho, vai existir essa mesa de negociação’. Nós estamos tentando fazer com que essa greve, que é ilegal pelo Judiciário, acabe o mais rápido possível, porque ela está deixando de ser um problema de professores, um problema do Executivo Municipal, para ser um problema familiar”, disse o vereador.
A greve ocorre no contexto da campanha salarial da categoria, que reivindica o pagamento integral do piso nacional do magistério. No dia 22 de abril, o reajuste salarial dos professores da rede municipal foi aprovado em uma sessão marcada por invasão e agressão contra vereadores. A Câmara Municipal de Salvador manteve a votação e aprovou proposta que enviada pela Prefeitura estabelece diferentes percentuais de aumento, conforme o nível e a referência dos servidores do magistério.
Em uma coletiva de imprensa realizada no dia 27 de abril, no Palácio Thomé de Souza, o prefeito Bruno Reis (União Brasil) afirmou que com o novo reajuste salarial de 6,27% dos professores da rede municipal, o valor será maior que várias capitais brasileiras.
Segundo a APLB-Sindicato, a proposta foi considerada insuficiente para alcançar o valor estabelecido pela Lei do Piso do Magistério. O piso nacional foi fixado em R$ 4.867,77 para o ano de 2025, conforme portaria publicada pelo Ministério da Educação (MEC) no dia 31 de janeiro.
O presidente da Câmara também comentou os impactos da paralisação para as famílias dos alunos. “Ela deixa de ser um problema educacional, está virando um problema familiar. Quando você tem mães que não têm onde deixar seus filhos, com isso não podem trabalhar, isso aí está virando um problema familiar e nós temos que resolver isso aí o mais rápido possível”, afirmou.