Durante a primeira sessão ordinária no Plenário Cosme de Farias, nesta segunda-feira (2), após o incêndio que interditou o Paço Municipal, no final de fevereiro, a líder da bancada da oposição na Câmara de Salvador, vereadora Aladilce Souza (PCdoB), responsabilizou a base do prefeito Bruno Reis (União Brasil) pelo agravamento da greve dos servidores públicos municipais.
Segundo a comunista, o impasse foi provocado pela decisão do governo de colocar em votação, no último dia 22 de maio, a proposta de reajuste salarial do funcionalismo sem o devido diálogo com as categorias envolvidas.
“A base do prefeito desconsiderou as negociações e aprovou uma proposta que desconfigurou a tabela remuneratória dos professores e não atendeu às outras categorias. Isso é grave. Esse tipo de matéria não pode ser votado em regime de urgência, sem estudo, sem audiências, sem debate com os servidores”, criticou.
A parlamentar defendeu que projetos estruturantes da política salarial sejam tratados com mais responsabilidade e transparência.
“Essas proposições têm impactos profundos e, por isso, exigem tempo para análise, assessoria técnica e diálogo com as partes interessadas. Votar de forma apressada gera prejuízos irreparáveis para os trabalhadores e para a gestão pública.”
Aladilce também criticou a forma como a sessão do dia 22 foi realizada, de portas fechadas, e lamentou que a Casa tenha assumido o “ônus político” da decisão.
“Agora, os servidores estão pedindo a revogação da lei e o retorno ao plano de carreira anterior. O prefeito jogou a bomba no colo da Câmara. A história cobrará essa decisão. Somos 43 vereadores e temos o dever de votar com consciência e conhecimento.”