O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) anunciou nesta quinta-feira (17) o fim da greve de fome que mantinha há oito dias em protesto contra a decisão do Conselho de Ética da Câmara, que aprovou a cassação de seu mandato. O parlamentar vinha ingerindo apenas soro, isotônicos e água durante o período de mobilização.
A suspensão do protesto ocorreu após uma reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que assumiu o compromisso de não pautar a cassação no plenário antes do recesso parlamentar, o que empurra a deliberação para o segundo semestre de 2025.
“Estou nesse momento suspendendo a greve de fome que anunciei há nove dias. Essa suspensão – depois de dialogar com os movimentos e conversar muito em uma reunião que durou bastante tempo – vem depois de um compromisso que foi assumido pelo presidente da Câmara”, declarou Glauber em entrevista a jornalistas.
Reunião e acordo
O encontro contou com a presença da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, dos líderes do PSOL e do PT na Câmara, Talíria Petrone (RJ) e Lindbergh Farias (RJ), além da deputada e esposa de Glauber, Sâmia Bomfim (PSOL-SP).
O acordo prevê que, após a análise do recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), haverá um prazo mínimo de 60 dias antes da votação no plenário, conforme anunciado por Hugo Motta. Glauber tem até terça-feira (22) para apresentar recurso à CCJ.
“Após este período, as deputadas e os deputados poderão soberanamente decidir sobre o processo”, publicou o presidente da Câmara nas redes sociais.
Reações
A deputada Talíria Petrone afirmou que o recuo do presidente da Câmara só foi possível “pela pressão dos movimentos sociais e de quem luta pela democracia”.
“Que consigamos ter uma saída definitiva que não rompa com o princípio da proporcionalidade e que garanta o óbvio: que o nosso deputado Glauber siga representando o povo que o elegeu”, escreveu.
Segundo a assessoria do PSOL, o deputado Glauber Braga perdeu cerca de cinco quilos durante os dias de greve de fome.