A Deputada estadual Fabíola Mansur (PSB) falou com exclusividade com o Notícias da Bahia na tarde desta sexta-feira (14), sobre a perseguição política que a ex-ministra da Saúde, Nísia Trindade revelou ter sofrido enquanto ocupava a pasta no governo Lula.
“Olha, eu acho que a ministra Nísia é uma mulher muito séria, uma cientista que reconstruiu o SUS depois do desastre do governo anterior, retomando o plano de imunização, o programa Mas Médicos, a Farmácia Popular. Se ela está afirmando que sofreu ataques misóginos, eu tenho certeza que ela sofreu. Isso é muito comum quando mulheres chegam aos espaços de poder”, afirmou Mansur.
“A gente tem que também envolver o Congresso que muitas vezes, quando você quer tirar alguém de um espaço de poder, você mina essa pessoa. E minar uma mulher assim, com ataques misóginos, com frituras? Eu lamentei profundamente, em que pese minha admiração pelo ministro Padilha, quem eu conheço e reconheço a competência, eu quero lamentar que nós tiramos uma ministra mulher competente, técnica, que fez o trabalho que a ministra Nísia fez”, desabafou a parlamentar que também é Procuradora Especial da Mulher na Assembleia Legislativa da Bahia.
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“Se eu pudesse ter ido a Brasília, teria ido lá homenageá-la. Em Condeúba, cidade que sou mais votada, o nosso vereador Reginaldo vai conceder o título de cidadã condeubense, que os pais [de Nísia] nasceram lá. Aqui [na ALBA] vai receber o título de cidadã baiana e, com certeza, a gente vai ter a propriedade de prestigiá-la”, anunciou a deputada que lamentou os ataques sofridos por Nísia Trindade e sua saída do ministério no mês que se comemora 115 anos da criação do Dia Internacional da Mulher, que foi comemorado no último dia 8 de março.
“Mas, com certeza, tem machismo, tem misoginia na forma com que ela foi retirada. São cargos políticos e, na política, a gente tem que estar preparada para esse tipo de coisa. Mas acho que a forma de minar uma pessoa séria, uma cientista, uma mulher que a gente, no Brasil, deve uma gratidão, o SUS deve uma gratidão, eu não concordo. E, infelizmente, isso foi no mês das mulheres”.
“Mas, como as nossas lutas são todos os anos, a gente tem que seguir defendendo as mulheres nos seus espaços de poder e, por isso, a gente está feliz que, pese a ministra Nísia ter sido sacada, nós temos aqui a grata satisfação de ter a primeira mulher presidenta da Assembleia em 190 anos. Isso é simbólico e, na política, tudo é simbologia. É competência, mas é simbologia na nossa luta por equidade de gênero”, conclui da deputada Fabíola Mansur.