O presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na tarde desta terça-feira (27), após os ataques sofridos por ela durante uma audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado. Durante a ligação, Lula afirmou: “Eu fiquei melhor depois que você decidiu se retirar da audiência e não ficar aguentando aquele tipo de agressão. Você fez o certo”.
A ministra deixou a sessão após discussões com os senadores Marcos Rogério (PL-RO) e Plínio Valério (PSDB-AM). Rogério, presidente da comissão, cortou o microfone de Marina e disse para ela “se pôr em seu lugar”. Valério afirmou que “a mulher merece respeito, a ministra, não” .
Em entrevista ao UOL News, Marina relatou que, ao receber a ligação de Lula, perguntou sobre sua saúde, já que o presidente havia sido hospitalizado recentemente.
A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, também se manifestou sobre o episódio, afirmando: “A primeira reação é de estarrecimento e de uma revolta histórica. Hoje mesmo, num grupo com as dez ministras do governo federal, eu sugeri que a gente se reúna para discutirmos encaminhamentos muito concretos em relação a essa situação vivida pela ministra Marina, e que pode ser vivida por qualquer uma de nós”.
O colunista Ricardo Kotscho, em participação no UOL News, criticou a postura do senador Marcos Rogério, afirmando: “Isso que vimos aí é o mais puro bolsonarismo, coisa de cafajeste. Tem que cassar o mandato desse senador, sumariamente, pela Comissão de Ética”.
Após o episódio, Marina Silva se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e membros da Frente Parlamentar Ambientalista para discutir o projeto de lei que altera as regras de licenciamento ambiental, já aprovado pelo Senado.
O projeto segue agora para análise na Câmara dos Deputados.